Eu queria estancar o sangue. Havia meses sofrendo uma dor de um despredimento longo na minha vida. A dor é inerente na humanidade, nascemos e morremos na dor, com dor. Essa é a nossa condição. Uns sente menos, outros são vulcões de emoções dolorosas, mas entre sentir dor ou não sentir nada, o que você escolheria?
Assistindo o filme “Me chame pelo seu nome” que relata um amor puro e juvenil parecendo uma primavera. Existe um monólogo muito interessante nessa película que me faz dividir ao meio:
Já vivi muito dessas palavras e confesso que estou me sentindo incompleto pelo fato de tanto arrancar de mim. E nessas crises, nesses momentos buscamos respostas ou, ao menos, um analgésico para aliviar a dor. Numa dessas crises eu conheci a Ana.
O salto nas alturas
Falar da Ana é falar de uma autêntica geminiana e suas dicotomias. A dualidade da Ana me encanta seja na humildade ou no esbanjar, na voz doce ou no reclamar. O palíndromo do seu nome faz jus a personalidade que carrega, uma feita de duas. Talvez ela nem saiba ou perceba, mas do nossos encontros sempre vi ali mais de uma Ana nas nossas conversas, beijos e abraços.
Ana tem seus vinte e poucos, tão alta quanto a paixão que sinto por ela. Com salto, ela me leva as alturas, nas divisórias da sua mente geminiana. Ana parece gostar de preto, apesar dos pelos do seu corpo contrastar com um dourado tão intenso. Sua pele embala um ser místico, a alma da mulher que sabe o que quer. Havia certezas na pele de Ana, se eu tivesse mais tempo para ler, encontraria algumas verdades que tanto busco. Às vezes eu dedilhava seus dedos, enquanto reparava na textura da palma da sua mão, tentando ali de forma infantil ver meu futuro nas linhas que dobravam sua pele, Ana falava das suas unhas. Unhas que eu só repararia mais tarde quando ela tatuasse sua marca nas minhas costas.
Eu abro a porta, Ana entra. Um “olá” para animar meu dia. Respondo baixo, quase não sai o som da minha voz. Sinto sua presença. Ela se acomoda no sofá e eu tento disfarçar. Sua pequena bolsa tem um baton, Ana se retoca, eu admiro. Sem perceber suas mãos, agora, repousam nos meus ombros. Sinto seu perfume mais próximo. O efeito é instantâneo, o aroma da amnésia me faz esquecer do mundo la fora e tudo que eu vejo na janela do quarto fica mais distante. Ana me beija.
Energia é um dos conceitos essenciais da Física. A queima de um recurso natural – como a lenha, carvão ou petróleo – gera energia térmica, também chamada de calor. Há ainda a energia radiante ou energia de radiações eletromagnéticas, como a luz e o calor do sol, as ondas de rádio e televisão, os raios X e as microondas. A energia dos lábios de Ana parece abraçar todos esses conceitos, houve um calor, um estralo, uma onda que apossou todo o meu corpo. Eu senti, ela percebeu. Tal como uma aranha que seda sua presa, a cama virou teia e Ana me afogou em lençois. Escorrendo pelo meu corpo, como se dele fizesse parte, seus lábios me sugam: orelhas, pescoço, barriga, virilha e pau. Pronto, Ana ergueu seu reino em mim, mostrou sua soberania.
Os fios dos cabelos de Ana cobriam meu tórax, as fibras capilares escuras eram um breu! Escureciam minha visão e o que me restava era o seu cheiro. Eu estava desprovido de pensar qualquer coisa que não fosse Ana. Assim ela faz, sua tirania te domina em todos os aspectos possíveis. Te prende lá, você é só dela em corpo e em pensamentos. A dilatação temporal é uma sensação que Ana provém. A bolha de desejo que forma ao nosso redor faz o tempo quase parar. Está com Ana é está em vários lugares estando em um.
Queria sentir meu gosto na boca dela. O beijo sempre aquece meu frio. O sangue aquecido me transforma na persona mais apropriada para essa situação. Meu gosto na boca de Ana é transformado, tal como vinho que quanto mais velho, melhor. Passou – se anos na boca de Ana naqueles segundos, o sabor aprimorado pelo seu gosto me fez querer morder seus lábios. Ana manipula o tempo ao seu prazer.
Montaria
Seguindo seu espetáculo, ela me guia com sua mão no meu peito para dar de costas na cama. Os travesseiros me abraçam enquanto Ana vira mais uma página do meu livro, segredos são revelados e caem por terra nos dedos da profetiza. Como quem guia um guindaste, como quem prepara a agulha, como quem prepara a mangueira contra o incêndio, Ana segura meu mastro duro, pincela a tela da sua buceta macia: uma, duas, três e na quarta ela me faz sucumbir no desejo.
A medida que entro, Ana faz questão de se contrair, parece mastigar meu membro todo antes de engolir por completo. O encaixe é perfeito, me sinto completo mesmo temporariamente sem uma parte de mim. Ela repousa completamente nas minhas pernas, sua bunda torneada roça suavemente com o movimento surreal do seu quadril na penetração desejosa.
Tento assumir a situação, aperto sua cintura, Ana perde o controle por um momento e me deixar liderar aquela odisséia. O tesão me arde os neurônios, tudo que penso é comer Ana, entrar em Ana, ser Ana, e esse desejo surreal me toma o corpo e pernas, meu quadril entra em um frenesi no vai e vem do meu pau em Ana.
Grand Finale
“Quer que eu fique de 4?”
Esses pixels que formam a frase acima jamais conseguiriam expressar o tesão que foi ouvir isso da boca de Ana. Voltando pra si e tomando o controle, ela aperta meu peito e me indaga sobre a posição da transa. Não penso duas vezes, na verdade não pensei nada desde que Ana adentrou o quarto com aquele salto alto esmagando o meu pensar.
A pose da perdição, da derrota de muitos homens, da tempestade e da calmaria, a posição mais desejada para se penetrar no desejo de alguém, assim Ana se pôs. Devolvi as pinceladas que ela fez no início da nossa transa, beijei seus grandes lábios com a cabeça do meu membro já no limite do gozo. Mirei o seu meio, o encaixe foi lento, duro, molhado e gostoso. Ana gemeu. Minha barriga encosta na sua bunda, provando o limite da penetração, seguro nas suas ancas e aperto sua pele macia. “Mete vai”! Que assim, seja!
Vou e volto como nunca em Ana, meus gemidos se misturam com o seu! Sua buceta incha, seu gozo no meu pau faz me deslizar facilmente para dentro dela. As estocadas ficam mais rápidas e fortes que acabo me debruçando em cima dela. Os baralhos do nosso sexo ecoam pelos ouvidos das paredes, a cama se move de lugar. Deitado sobre sua bunda, por fim, sinto que irei explodir e então me coloco o mais fundo possível e viro jato dentro de Ana. Desfaleço. “Você sabe namorar gostoso hein?”
Por um momento fico ali fantasiando enquanto passo o dedo por suas cochas, contando os pêlos macios dourados. Ela me fala sobre suas indecisões da vida (culpa do seu signo), eu falo da minha loucura de viver a vida só. Ela me repreende. Eu sorrio. Ela me beija e me deixa.
No banho, enquanto encaro a parede da ducha quente, ainda vejo o resto do seu gozo farto nos pêlos do meu saco. Seu mel transparente agora misturado com as espuma de sabão escorrem por mim. Lá fora começava a chover.