A minha sapiossexualidade vem se confirmando dia após dia, cada vez mais intensa e sem margem pra dúvidas. “O bom sábio a fonte retorna”, adaptando o dizer popular para a realidade que vivo atualmente.
No meu post anterior, embriagado do mais puro néctar de êxtase que meu corpo já sentiu, consegui relatar, mesmo limitado a nossa linguagem, minha experiência única com o dueto de musas que encontrei na minha viagem terrena. Mas hoje, debruço sobre o teclado desse computador com dedos gélidos, mas com o coração quente, para falar dela: Melissa Sayuri
A presença de Melissa na minha vida era apenas por voz. Interessante notar que mesmo tão distante e presente apenas por meios digitais, a pessoa intensifica sua sensação de personificação no nosso dia-a-dia. Até então, só tinha sua voz na minha cabeça. Mente criativa que sou, isso foi o bastante para ascender a centelha de um desejo de estar próximo e conhece-la. E assim foi.
Melissa e meus paradoxos
Mesmo atordoado de uma semana de pesares no coração, embarquei rumo ao desconhecido conhecido. Melissa tem dessas, mexe com os meus paradoxos e contradições: a certeza absoluta que iria ao seu encontro, mesmo sabendo que toda certeza é relativa. E como escreveu Vinícius no paradoxo da fidelidade:
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
E mesmo cheio de se sentir vazio com meu corpo quente e sentindo frio, fui até ela, pois assim deveras meu novo eu, meu todo eu despedaçado de novas emoções longínquas de casa. Ah! Mas basta de falar sobre esse ser que só sabe escrever.
Pra todas as portas que se abriu na minha vida, a do apartamento dela foi a que me trouxe a sensação de alento. Foi um dia cheio e imprevisto, mas todas as minhas dúvidas existenciais ficaram do lado de fora, expulsas pelo seu abraço. Revendo a voz que tanto ouvi pelos áudios no celular, pude confirmar minha sapiossexualidade. Deixei minhas coisas num quanto da sala e fui pro banho, ansioso.
- Vou abrir um vinho
Havíamos de combinado de comemorar meu aniversário. O vinho foi posto à mesa. Melissa se pôs na cadeira, na minha frente, impotente que é. Suas pernas cruzadas faziam um nó na minha percepção de realidade. Sua saia delineava sua cintura e eu contemplava sua postura. Sua mão alcançava a taça com delicadeza, seus dedos no vidro pareciam refletir meu desejo por ela. Conversamos.
Suas histórias e casos me prendiam a atenção agora. De toalha, me controlava para não elevar o membro viril durante aquela prosa tão deliciosa. Mas, Deus! Como é apaixonante mulher inteligente! Conversamos sobre psicologia e carência afetiva, no campo da filosofia fomos parar nos livros de Dostoiévski e fomos pra cama ambientados em 100 anos de solidão. Nessa hora, sua lingerie de cores vibrante me fazia devagar e perder o fio da conversa, suas coxas lisas e tatuadas emanavam algo que me minha percepção limitada não assimilou. Ela percebeu…..
A dança teatral
E em alguma hora daquela noite, nossos corpos se uniram pra mais uma dança. Ela me serviu na boca sua doce flor. Me fiz abelha e me polinizei todo com ela. Cego, atônito, queria sentir sua alma na ponta da minha língua. Melissa gemia, guiava minha com a mão minha cabeça perdida – isso, aqui!
Já estava ereto há muito! Deitado por ela e depois da sua boca lubrificar meu desejo, Melissa se pôs a cavalgar! O encaixe, suas coxas, minha cintura, seu peso sobre o meu, oh! Por Deuses e Deusas! Sua mão pressionando meu peito ditou as regras! Nessa dança, quem conduz é ela. O sobe e desce do seu corpo me fez esquecer os altos e baixo da vida lá fora. Olhando do espelho, pode assistir nosso espetáculo, atores reais de um teatro fechado. Atuando e assistindo, dirigindo a cena com nossos corpos levemente adoçados com um bom vinho seco.
Ousado que fui, aperto sua cintura! Fixo seu corpo no ar e dito novas regras. Um novo ritmo se estabelece, minha cintura se agita e meu pau é engolido por seus grandes lábios. Aumento os passos, seu gemido atravessa minha cabeça, rebate no espelho e fura meu juízo. Sinto uma energia por vir. Uma carga elétrica descontrolável que vai até a ponta do meu pau. – Vou gozar!
Sua mão pressiona ainda mais meu peito e de repente tudo fica leve! Um jato forte de um desejo acumulado. Viro cavalo indomável e minha amazona tenta acalmar minha pernas que, de tanto gozar, se tremem toda. Descarga elétrica de um tesão que jamais senti. Esbaforido e ainda entre suas pernas, fico contemplando uma das maravilhas do mundo.
– Já está tarde – ela lembra
– Verdade – respondo com um resto de ar que sobrou nos meus pulmões.
Uau!