Amor à primeira picada

Prólogo

O escorpião é um artrópode invertebrado e o corpo formado pelo corpo e pela cauda. A cauda é formada por cinco segmentos. No fim dela localiza-se  o télson, composto de vesícula e ferrão. A vesícula contém duas glândulas de veneno,elas produzem o veneno que é inoculado pelo ferrão. Alguns escorpiões se reproduzem de forma assexuada, sem serem fecundadas por um macho. Seu crescimento é dependente de fatores como temperatura, disponibilidade de alimento e reprodução.

Em 1965, nascia a banda Nameless. Criada pelos irmãos Schenker, na Alemanha. Futuramente, vindo a se chamar Scorpions pois, segundo um dos criadores, assim ficariam reconhecidos mundialmente. E ficaram. O albúm In Trance foi marcado pela sua controversa capa, em que aparece uma modelo nua em uma guitarra elétrica. As versões subsequentes foram feitas mostrando o mesmo padrão, embora desta vez, seu corpo estava completamente coberto por sombras (Wikipédia). Em Love at First Sting e Savage Amusement, temos o sucesso estrondoso da banda com canções eternizadas.  A canção “Still Loving You” expoente fundamental do estilo de balada que só na França vendeu 1.700.000 cópias.

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Munido dessas informações, caro leitor, te ajudarei a entender através da minha percepção o relato a seguir. Artópode, cauda, veneno, escorpião, mulheres, rock n’ roll, mas o que isso tem a ver? Fiz essa mesma pergunta ao me sentar para redigir esse relato, mas na noite anterior tive um súbito insight e consegui conectar tais elementos em uma única MULHER: A Escorpiana.

E mesmo sem saber nada sobre ela, você já deve ter captado sua essência:

Enigmática, intensa e perspicaz. A Escorpiana tem o sexto sentido aflorado e adora ter as coisas ao seu controle.

Escorpiana faz jus ao signo que carrega, o mais enigmático do zodíaco. E aí que está o poder na sua forma de controle. A Escorpiana consegue ser muito discreta e não deixa rastros, silenciosa, ela te envolve de forma definitiva e num piscar de olhos você já está se abrindo pra ela.

Cada encontro, um novo encontro! Tudo novo! Outro poder da Escorpiana que esqueci de mencionar, o poder da transformação. A cada olhar, abrir de porta, cada passo, cada beijo e cheiro, meu corpo estremecia e eu tentava disfarçar. Mas uma vez no ninho da Escorpiana, o autocontrole é uma ilusão.

O corredor estava vazio e se esticava na minha frente. A noite era calma, mas ventava la fora, parecia que minha ansiedade havia se materializado em redemoinhos noturnos. Meus passos eram curtos e logo estava de frente à porta.

A primeira picada

– Olá, quanto tempo? Entre! – fui surpreendido por ela e sua saia xadrez, a pedidos. O beijo na bochecha arte e seu cheiro se esgueira pelas minhas narinas. A primeira dose de veneno da noite.  – Venha!

Let’s spend the night together

I know you want it too

The magic of the moment

Is what I’ve got for you

The heartbeat of this night

Is made to lose control

Seus dedos finos e leves adentram minha pele como agulhas que injetam desejo. Nem precisa achar a veia, por onde for, corre no corpo todo. Sua mão segura a minha e a passividade me transborda. Que seja!

De quatro e na cama, ela se prepara para a primeira picada. Meu membro já enrijecido, é abraçado pelos seus dedos. Alisado, cada toque um pulsar, cada gesto um gemido, ela abre, fita-o, e o devora. Meu pau some no apocalipse dos seus lábios que suga um, dois, três vezes mais que a anterior. Seu quadril empina, revelando sua bunda lisa, partida por um fio de calcinha. Aperto suas ancas, as massageio enquanto minha alma é sugada.

Deita!

A segunda picada

Me jogo na sua cama sem para de olhar nos seus olhos sedentos. Ela abre suas pernas, me circunda, pega meu pau e prepara o encaixe e aos poucos vou escorregando para dentro da sua buceta que me arde no âmago do ser. Ela geme, contorce, seus ombros se estreitam para trás e ela começa a dançar.

Mete! Forte!

Suas ancas sacodem! O ritmo é outro, saímos de um balada romântica para um solo estridente de guitarra! Nossos corpos parecem se fundir, as estocadas aumentam e por um instante estou no controle! Deito-a sobre mim, meus braços contornam seu corpo, minhas mãos agarram suas escápulas como quem segura uma águia pelas asas, ou pelo menos tenta.

Seu cheiro fica mais forte! Sinto ofegar, sinto gemer mais intensamente e a vontade de me unir a ela numa harmônica de frequências jamais ouvidas.

Vem por cima!

Os horizontes traçados pelo ângulo das suas pernas me fez perceber minha pequenez presença nesse universo. Fui contemplado a adentrar o big-bang da criação. Os caminhos me levaram a um único destino: Sua ardente flor ruiva! Já sucumbindo ao procedo natural do orgasmo, encaixo meu pau numa investida só, minhas bolas vão de encontro ao seu portão que as abraçam.

Chupo seus seios, ainda tenho o desejo visceral de possuir seu corpo. Ela me abraça, me aperta, me sufoca do jeito que gosto, do jeito que eu queria. Os solavancos são intensos, a cama parece seguir a dança. Sua buceta não cansa, gulosa, me devora cada vez mais e mais. Vou gozar – previno

Goza em mim, vai!

E como um ferrão que me picasse as costas, me chama me curvo pra trás de prazer. Meus ossos parecem esticar, minha cintura e a dela são apenas uma e por dentro, meu pau estremece todo. Jorro.

Vou pro banho e quanto volto a vejo na cama. Seu ruivo intenso, mesmo no escuro do quarto, brilha. E como quem sempre quer mais, me pergunta:

Quando trará sua companheira?

Sorrio feliz.